Além do custo competitivo, a instalação de uma usina solar movimenta a economia local e gera empregos, com o mínimo de impacto ambiental e social
Algumas cidades dos Emirados Árabes Unidos, como Abu Dhabi e Dubai, são famosas pelo investimento para criar modernas metrópoles cravadas no deserto, no entanto, mesmo com a tecnologia usada para erguer essas cidades, sustentabilidade não era uma preocupação inicial para essas construções, financiadas pela exploração do petróleo – principal setor econômico do Oriente Médio.
Esse cenário, porém, está mudando, pois estima-se que as reservas de petróleo – conhecidas atualmente – acabarão em menos de cem anos, e a mudança de postura em relação aos combustíveis e métodos de geração de energia é urgente e já caminha em direção oposta ao extrativismo mineral, principalmente no Oriente Médio, na China, na Europa e nos EUA. É fundamental pensar em maneiras de atender às necessidades da população mundial em um planeta com recursos cada vez mais escassos.
Ainda nos Emirados Árabes, a criação da cidade-modelo de Masdar – um projeto do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) – sugere caminhos que podem ser adotados por outros países. Masdar começou a ser construída em 2006 e possui cerca de 10 mil habitantes (com capacidade para até 50 mil em 2025). A meta principal da cidade é ser totalmente sustentável e se manter com baixo custo e com zero emissão de carbono. Para isso, além de placas fotovoltaicas em todos os edifícios, uma “fazenda solar” foi instalada para gerar energia elétrica e participar do aquecimento da água.
Mesmo que a meta de não emitir carbono somente seja possível em uma cidade especialmente criada e povoada para isso, reduzir os impactos ambientais e aumentar o uso de fontes limpas e renováveis de energia é uma escolha feita por muitos países desenvolvidos. Os cinco países que mais utilizam energia fotovoltaica – Alemanha, Itália, Espanha, Japão e China –respondem, juntos, por aproximadamente 80% da geração de energia elétrica solar mundial, e, por ser uma forma de geração de energia praticamente sem custo, após pago o investimento inicial, muitos países do Terceiro Mundo, na América Latina, por exemplo, também têm feito investimentos recentes, principalmente na construção de casas populares com miniusinas fotovoltaicas, gerando energia elétrica nos locais em que as distribuidoras convencionais não chegam.
O Brasil é um dos países que mais recebem incidência de raios solares por ano e, mesmo assim, ainda faz pouco uso da energia solar. Entretanto, esse cenário vem mudando a cada ano e que apresenta perspectivas reais de crescimento. A crise hídrica que o País atravessa e o alto custo com a ativação das termelétricas fez os governantes e a iniciativa privada investirem mais consistentemente no mercado de energia solar (assim como no de energia eólica). Um exemplo disso é a Usina Fotovoltaica Fontes I e II, que está em fase de finalização, que será a maior usina solar do País, construída em Tacaratu (PE) pela Quantum, que passará a abastecer o estado de Pernambuco ainda este ano.