Nos últimos dois anos a produção fotovoltaica no Brasil aumentou em 70%. A estimativa é que 90% das unidades tenham sido instaladas nesse período. Em dezembro de 2012, havia apenas quatro conexões de micro ou minigeradores residenciais registradas no País, e em janeiro de 2017 esse número ultrapassou os 7.560. Minas Gerais é o estado com maior quantidade de geradores individuais de energia solar, com 1.644 conexões, seguido por São Paulo, com 1.370, e pelo Rio Grande do Sul, com 786. Isso nos dá a dimensão do crescimento do setor.
Se os números atuais são animadores, a previsão indica que o mercado tende a ser cada vez mais promissor: a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acredita que já no próximo ano, a energia solar responderá por mais de 3% da matriz energética nacional; e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) estima que, em 2030, os projetos nessa área gerem 25 gigawatts em potência instalada País, dos quais 68% viriam de usinas de grande porte, e o restante, de micro ou minigeradores residenciais ou comerciais. O Relatório de Revolução Energética, elaborado pelo Greenpeace, em 2016, também é bastante otimista e prevê que, em 2050, a matriz energética do Brasil seja 100% renovável.
A tecnologia avançou muito nas últimas décadas, permitindo a fabricação em longa escala de peças e equipamentos para a geração própria de energia solar e a consequente diminuição dos preços ao consumidor final: uma redução de 70% do preço na última década. Há alguns anos, o custo dos painéis fotovoltaicos e o tempo de retorno do investimento inviabilizavam a aquisição. Hoje, o investimento pode ser pago através de financiamento, e o tempo de retorno é em torno de sete anos. [Você sabe quando investir em energia fotovoltaica?]
O governo, entendendo a necessidade de mudanças no setor energético, tem realizado leilões para a instalação de usinas solares e aprovando resoluções que visam facilitar a aquisição de equipamentos para a geração individual de energia solar. Em março de 2016 entrou em vigor a Resolução Normativa nº 482/2012 , que estabelece o Sistema de Compensação de Energia Elétrica, permitindo que os consumidores micro ou minigeradores sejam instalados nas unidades consumidoras e o excedente da produção seja entregue à distribuidora local, reduzindo o valor da fatura de energia elétrica.
A iniciativa privada também tem investido no setor. Linhas de crédito para a aquisição de equipamentos facilitam a compra e impulsionam o crescimento do mercado de energia solar.
Todos esses investimentos partem da necessidade de se criar alternativas sustentáveis diante de um cenário energético que há muitas décadas dá sinais de esgotamento. A crise energética é uma realidade no Brasil e é urgente diversificar a produção com opções limpas e renováveis.
Essa crise fez com que os consumidores prestassem mais atenção nas matrizes energéticas do País, pois muitos acabaram “sentindo na pele” os problemas da falta de energia.
Atualmente, a energia solar já é a primeira na preferência dos consumidores, com 7.568 adesões. Santa Catarina é líder per capita em micro e minigeração, proporcionalmente ao número de habitantes, e responde por mais de 10% dos sistemas instalados no Brasil.
As vantagens financeiras e ambientais ao se optar pela geração de energia solar são diversa: além de diminuir o lançamento de gases poluentes na atmosfera, a economia na conta de luz pode chegar a 95%.
O Brasil apresenta uma riqueza de recursos naturais que precisam ser mais bem aproveitados. Com os projetos e iniciativas futuras, se as previsões se concretizarem, logo o Brasil se tornará uma referência internacional na área e, cada vez mais pessoas farão opções viáveis para o consumo consciente.