A América do Sul é mais novo polo mundial de investimentos em energia limpa renovável, é o que aponta o relatório Powering Change: Energy in Transition sobre transição energética, publicado em maio deste ano pela rede Ashurst.
A pesquisa quantitativa ouviu a opinião de mais de dois mil líderes empresariais de países que compõem o G20 sobre o mercado mundial de energia. O estudo traz um gráfico que coloca a América do Sul no quadrante classificado como maiores investimentos e mais altos índices de crescimento em energia limpa renovável.
De acordo com o estudo, a América do Sul caminha para liderar o crescimento dos investimentos em fontes limpas de energia (solar, eólica, especialmente) já nos próximos cinco anos.
Segundo a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), atualmente, um quarto da energia elétrica global é gerada por fontes renováveis – hídrica, solar e eólica.
No entanto, ainda é preciso ampliar essa participação e diminuir a dependência de fontes hidrelétricas, a fim de garantir mais consistência no abastecimento, mesmo em períodos de estiagem.
Nesse sentido, pesquisadores e investidores consideram a década de 2020 como ponto fundamental para implementar ações de transição energética, a fim de diminuir os efeitos das mudanças climáticas. Para isso, a IRENA prevê o investimento global de US$ 110 trilhões em sistemas de energia limpa até 2050.
A pesquisa mostra que quase um quinto dos empresários entrevistados disse que pretende investir em transição energética e matrizes sustentáveis nos próximos anos.
Verificou-se, também, que grande parte dos investidores do G20 na América
Latina já possuem subsídios para empreendimentos no setor. Dos investimentos já em andamento, 66% estão no Brasil – em energia solar, eólica ou mista –, e 64% estão na Argentina, com foco em energia eólica.
Nem a crise econômica mundial freou os investimentos: 83% dos executivos
afirmaram que a crise os fez mudar de estratégia no último ano, mas mesmo assim mantiveram o foco na transição energética.
O relatório Powering Change: Energy in Transition apontou, ainda, que a
América do Sul se destacou porque possui altos índices de irradiação solar e
pelos recursos eólicos.
Além disso, os investimentos em descarbonização da matriz elétrica colocam os países sul americanos ao lado de países com economia em crescimento do sudeste asiático e do norte da África como mercados de energia renováveis com crescimento significativo e excelente perspectiva, atraindo ainda mais investidores e desenvolvedores do setor.