A China é um dos países que mais investem em tecnologia para a geração de energia solar, e isso reflete o alto crescimento do mercado de painéis particulares (residenciais e comerciais) e de usinas, que são mais de 400 em todo o país. Desde junho de 2015 tornou-se o gigante da energia solar, com capacidade instalada total de 36 GW. Um dos fatores determinantes para esse crescimento é que a China é responsável por 60% dos produtos (placas e demais componentes) para usinas de geração de energia fotovoltaica de todos os tamanhos e capacidades.
Além do tamanho do parque fotovoltaico chinês, a rapidez com que o país se tornou uma potência em geração de energia solar também é surpreendente: entre 2009 e 2011, a capacidade de produção de painéis solares quadriplicou, e o material fabricado é amplamente utilizado em construções na Ásia e na Europa. A previsão inicial em 2012 era de 5 GW de potência instalada, mas a China fechou aquele ano com 8 GW. Dois anos depois, o país contava com 28 GW de potência fotovoltaica, e em 2017, adicionou 53 GW de potência instalada à sua matriz, encerrando o ano com 131 GW de potência, segundo informações da Agência Internacional de Energia.
Com isso, o custo de produção de energia solar ficou muito baixo, tornando o negócio ainda mais atraente e contribuindo para a independência energética. A ideia é que até 2050, toda energia do país mais populoso do mundo venha de fontes renováveis (atualmente, a China depende, principalmente, de usinas termelétricas).
O maior produtor de tecnologia solar do mundo investe pesado na construção de usinas, e isso se reflete no tamanho das megafazendas de painéis solares, como as gigantes Longyanxia (no Planalto do Tibete), que produz 850 megawatts; e a maior do mundo, localizada no deserto de Tengger, e com capacidade para produzir 1.500 megawatts.
Para Jeffrey Ball, do Centro de Políticas Energéticas e Finanças da Universidade Stanford, é “importante reforçar que a influência da China não é simplesmente em enormes projetos solares construídos em suas fronteiras, mas também fora do país”.
Empresários e governantes chineses acreditam que a queda constante nos custos de equipamentos tem barateado tanto a construção de usinas solares (inclusive as residenciais) que entre três e cinco anos, os subsídios e incentivos do governo não serão mais necessários.
Em 2017 a China inaugurou o que é maior parque solar flutuante do mundo. Instalado num lago na provincia de Anhui, tem uma potência de 30 MW.
Recentemente, o governo chinês divulgou a intenção de lançar em órbita a primeira usina de energia solar do universo. Seguindo os engenheiros responsáveis pelo projeto e estudos da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial, sem a presença da atmosfera, que forma uma espécie de barreira, a irradiação solar pode ser aproveitada em 99% do tempo, ou seja, a geração de energia se daria praticamente de maneira ininterrupta.
Embora não seja inédito – pois Estados Unidos e Japão já tencionaram a construção de uma usina em órbita – a China é o único país que está levando o projeto adiante. Para dar conta da complexidade e dos custos da obra, a ideia é utilizar robôs e impressoras 3D no espaço, assim, as peças seriam fabricadas fora da Terra. A construção está prevista para iniciar entre 2030 e 2050. Até lá, os esforços se concentrarão em pesquisas e captação de recursos. No próximo ano, como teste, os chineses pretendem lançar ao espaço uma miniusina de geração.