Você sabe o que é Crédito de Carbono?

Avatar Quantum EngenhariaPor Quantum Engenharia | 14.05.21

Se compararmos uma fotografia aérea do planeta Terra de agora, com outra imagem de algumas centenas de anos atrás, poderíamos de cara identificar uma série de mudanças. Como, por exemplo, a diminuição dos espaços verdes e a redução das calotas polares. Isso é reflexo do que chamamos de “aquecimento global”. Ou seja, refere-se à elevação da temperatura causada, principalmente, pelo aumento da concentração de certos gases atmosféricos. Consequência direta das intervenções do homem na natureza para exploração de seus recursos. 

Como isso, se tornou ainda mais urgente a necessidade de se pensar no que fazer para aliviar esta pressão sobre o clima. E, a partir da intensa cobrança das entidades civis contra as autoridades foi que surgiram algumas atividades e acordos com o intuito de uma migração para o desenvolvimento sustentável. Um desses dispositivos é justamente o Crédito de Carbono, originado em 1997 com o Protocolo de Kyoto.

Fruto do acordo internacional que determinou que os países desenvolvidos precisam reduzir as suas emissões de Gases de Efeito Estufa, os Créditos de Carbono funcionam como certificados. Eles são a comprovação de que uma empresa ou nação reduziu a emissão de gases. E nesses casos, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivale a um crédito de carbono. Para fazer a mensuração de quantos créditos de carbono vão ser gerados, deve-se comparar os cenários antes e após a alteração feita.

Como garantir o certificado?

Existem diversas maneiras de gerar créditos de carbono, podendo ser desde a substituição de combustíveis fósseis por fontes de natureza mais limpa e renovável, como, por exemplo a geração fotovoltaica, campanhas de consumo consciente ou até contribuição na diminuição do desmatamento. Além disso, as empresas ou nações que não conseguirem atingir a sua meta de redução poderão realizar a compra de créditos para uma compensação indireta. Ou seja, as que possuem um nível de emissão muito alto e poucas opções para a redução, podem comprar os créditos oriundos de qualquer outra nação em desenvolvimento que tenha ratificado o Protocolo de Kyoto.

Assim, elas ajudam a manutenção do projeto de redução e, além de equilibrar o nível de emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, contribuem para o desenvolvimento sustentável de comunidades pobres. Um bom exemplo desse tipo de negociação é quando um país desenvolvido sabe que não vai conseguir atingir sua meta e faz uma parceria com outro em desenvolvimento. Dessa forma, ele passa a promover nesse local projetos mais simples de serem resolvidos e acaba garantindo o seu menor índice de não emissão de carbono. 

E tudo isso através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), estratégia de flexibilização resultante do Protocolo. Ele permite a cooperação entre países industrializados e países em desenvolvimento, sendo que a negociação pode ocorrer de três maneiras:

Modo unilateral

Realizada em um país em desenvolvimento que promove um projeto em seu próprio território. O crédito gerado por essa redução nas emissões de gases pode ser comercializado com os países desenvolvidos.

Modo bilateral

Realizada com um país desenvolvido que promove a redução de emissões de gases e o desenvolvimento sustentável dentro do território de um país em desenvolvimento. Dessa forma, o dióxido de carbono não emitido pelo país ‘hospedeiro’ gera créditos ao país que implementou o projeto. 

Modo multilateral

Realizada com projetos que visam à redução das emissões de dióxido de carbono implementados e financiados por um fundo internacional.

Vantagens

  • Os créditos de carbono por si só representam um benefício. Principalmente porque correspondem a uma não emissão de gases do efeito estufa na atmosfera, o que gera redução do aquecimento global e pode ser visto como uma forma de preservação do meio ambiente;
  • Eles também representam uma alternativa aos países que encontram dificuldades para reduzir suas emissões. Ainda mais com a possibilidade de compra e venda de créditos, os países desenvolvidos poderão reduzir seus débitos;
  • Outra questão importante está no fato dos países em desenvolvimento terem a chance de ter em seus territórios projetos que investem no desenvolvimento sustentável. Bem como podem ajudar a impulsionar sua economia por meio do mercado de carbono.

Desvantagens

  • Quando o assunto é o mercado de carbono, não há unanimidade. Para alguns estudiosos, o sistema de compra e venda de crédito pode dar uma falsa sensação de que os países desenvolvidos podem seguir poluindo como bem entender. 

Newsletter

    Ao se inscrever, você concorda com nossa política de privacidade

    wid.studio